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Alto índice de acidentes preocupa passageiros no Metrô de São Paulo
 

Em meio à falta de segurança, companhia enfrenta desafios no combate de prevenção à vida

Por Giovanna Maldonado e Maria Clara Costa

Composta por seis linhas - totalizando 104,4 km de extensão - e 91 estações, mais de cinco milhões de passageiros usam diariamente a rede metroviária da cidade de São Paulo. Em um espaço com tanta circulação, cerca de três acidentes são reportados por dia, em média, 67% dos casos são acionados na Linha 3-Vermelha do Metrô. Mas a estação que bate o recorde de chamados é a Sé, que faz ligação com a Linha 1-Azul. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI).

Mesmo sendo um dos transportes mais utilizados, a maioria das pessoas que anda de Metrô tem o intuito de chegar mais rápido no trabalho, no local de estudo etc. Com isso, os horários de pico são os mais perigosos, quando milhões de usuários são impactados diretamente com os episódios de tentativa de suicídio.

 

O que dizem os passageiros

O passageiro Matheus Silva, relata um pouco do seu trajeto diário e das dificuldades que já enfrentou: “ eu pego metrô quase todos os dias, como eu moro em Guaianazes e trabalho em Osasco, é o único transporte que eu consigo utilizar, por isso já enfrentei problemas constantes que fazem com que um trajeto de uma hora e meia, acaba durando três horas, então eu acredito que algumas melhorias poderiam ser aplicadas para auxiliar o tempo de trajeto e na segurança de todos os passageiros”.

Leonardo Gualbino é um deles, que utiliza o transporte público durante a semana e fala os problemas que já enfrentou durante suas viagens “em algumas das estações tem a porta, mas na maioria não tem, quando alguma ocorrência acontece, a equipe do metrô nunca nos fala o que de fato ocorreu, apenas informam que se trata de uma obstrução na via, mas quando entramos nas redes sociais, descobrimos que se trata de um suícido, que poderia ter sido evitado se as portas estivessem instaladas”.

 

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Uma das medidas para evitar o problema são as portas automáticas implantadas em algumas estações, que garantem a segurança dos passageiros e particularmente na prevenção desses casos. Esses equipamentos abrem e fecham quando o Metrô ainda está na plataforma, criando uma barreira física que impede o acesso aos trilhos.

A instalação de equipamentos de segurança é uma discussão longa. A Justiça anulou no ano passado um contrato firmado em 2019 pelo Metrô no valor de R$340 milhões que previa a instalação de 88 portas em 36 estações das linhas Azul, Verde e Vermelha. Com isso, poucas estações dessas linhas citadas possuem as portas de segurança, gerando diversas ocorrências ao longo de seu funcionamento.


 

Aos olhos dos funcionários

Para o maquinista João de Freitas (nome fictício para preservar a identidade da vítima), a sensação de ferir ou até mesmo matar alguém enquanto trabalha é uma das piores coisas que ele já vivenciou:

Você reviver aquele momento todos os dias enquanto trabalha, até mesmo de entender que não é sua culpa é difícil, mas a maioria acaba tendo que conviver com isso.

- João de Freitas (nome fictício)

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As queixas em relação a segurança das portas automáticas não são exclusivas da cidade de São Paulo. Cidades como Nova York, Tóquio e Londres também enfrentaram problemas semelhantes, com relatos de portas que se fecham lentamente, ficam presas ou simplesmente não se fecham, criando situações de risco para os passageiros.

O bombeiro e sargento Sivonaldo Sales, nos explica como funciona um situação de resgate dentro do metrô: “nós verificamos o estado de saúde da vítima, por esse motivo não conseguimos retirá-la dos trilhos tão rápido, sem antes avaliar os danos, o corpo de bombeiros vai investir o que for necessário e se infelizmente ela vir a óbito constatada pelo suporte avançado, ou seja médicos e paramédicos, temos que aguardar a perícia e os devidos procedimentos. Se tratando de uma ocorrência bem complexa mas basicamente é realizado esse tipo de atuação”.

Diante desses incidentes, os passageiros e pagantes do transporte público questionam a eficácia dos sistemas de segurança e monitoramento das plataformas por parte dos responsáveis ​​pelas redes de metrô.

Enquanto o metrô não tem um prazo definido para a instalação e verificação de funcionamento das portas automáticas, os passageiros são aconselhados a permanecerem vigilantes e a relatarem quaisquer problemas relacionados à problemas das portas automáticas, tendo que vigiar e garantir a sua própria segurança e a de outros usuários.


 

Confira a reportagem na íntegra e mais detalhes:

Condutor fala sobre suas experiências com casos de suicídio e acidentes durante o período de trabalho:

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Passageiros do transporte público de São Paulo falam sobre como melhorias na segurança do metrô seriam importantes para a experiência do usuário:

Confira a entrevista completa com o bombeiro Sivonaldo Sales:

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